Flaviano, além de produtor, é provador e classificador de cafés especiais. A Fazenda Farinheira, localizada nas Matas de Minas, tem muita história por trás de cada grão de café: o Flaviano faz parte da quarta geração de cafeicultores da família. Exatamente por este motivo, a relação do produtor com o café começa bem cedinho.
Desde pequeno ele já acompanhava os terreiros de café e interagia com a fruta. Com o passar do tempo, ele foi conhecendo e entendendo um pouco mais sobre a planta, sobre a cultura e sobre os processos aos quais os grãos são submetidos. Esse novo conhecimento foi o que o motivou a aperfeiçoar a sua forma de tratar o café.
O produtor também se interessa pelo turismo rural. Ele tem um projeto onde a Fazenda Farinheira é aberta à visitação e visa representar todo o caminho que o café percorre, da semente até à xícara.
Flaviano se preocupa muito com a sustentabilidade da fazenda. Hoje, seu trabalho se dedica totalmente à recuperação do solo, visando um terroir melhor, para alcançar uma produção contínua de café especial, sem que fatores externos interfiram tanto. Para isso, o produtor trabalha com inúmeras variedades dentro da fazenda: Catigua, Aranas, Catuai 2SL, Catucai, Mundo Novo, Catuai, Oeiras, Gueisha e Topázio.
Um fator interessante é que o produtor preserva uma pequena lavoura na fazenda que foi plantada pelo seu pai em 1979, tamanho apreço que tem por ela. Ele conta que viu o pai plantá-la aos 7 anos de idade e se lembra exatamente de como foi. Flaviano mantém o foco na qualidade do café, mas ele também protege a história da fazenda e, inclusive, tem restaurado alguns locais e itens para guardá-los como tradição. Alguns desses itens são as telhas da fazenda, que são datadas pelo seu bisavô e avô, em 1889 e 1996, respectivamente.
Para preservar a qualidade do café, Flaviano se adequa às necessidades do solo, das variedades e principalmente da maturação da fruta. Ele monitora as lavouras pessoalmente e diariamente, para colher o café no ponto exato de maturação e garantir o melhor padrão de qualidade e de doçura. Não obstante, o produtor se preocupa muito com os mínimos detalhes: utilizar o rodo específico com a altura específica do café que precisa ser secado, a posição do sol e da sombra sobre a lavoura, a manutenção correta do terreiro, entre outros.
Estela, esposa do Flaviano, foi uma das principais influenciadoras para que o produtor passasse a se preocupar mais com a sustentabilidade da fazenda. Além do café, eles plantam batata, milho, arroz, feijão, e quase tudo que eles ingerem. Estela afirma que vê como isso reflete diretamente na saúde e na vida e, portanto, não poderia fazer diferente com o café especial.
Para o casal, café é união. Café conecta pessoas. E, às vezes, tudo que a gente precisa é de uma pequena pausa para apreciar um bom café. Afinal, tratando a lavoura com respeito, carinho e amor, ela responde com um café de alta excelência.
O lote selecionado pertence a um Catucaí 785 Vermelho, que passou pelo processo de passa natural. Na fragrância, têm notas de waffer, frutas secas e amêndoas e na xícara apresenta notas de chocolate ao leite, frutas secas, amêndoa, leve laranja e lima. Possui doçura média alta, acidez cítrica equilibrada, corpo denso e cremoso e finalização longa e doce. Possui 85 pontos no protocolo SCA.
Veja abaixo as certificações que essa fazenda possui: